quinta-feira, 24 de março de 2011

Além das sombras

"O pior cego é aquele que não quer ver"

Em uma de suas mais famosas obras, Platão conta uma história sobre pessoas que passaram toda sua vida dentro de uma caverna, isoladas, sem conhecer outra realidade que não aquela. A única visão que tinham era das sombras projetadas no fundo de uma parede. Eis que, um dia, um desses homens da caverna resolve questionar sua existência e o porquê de estar naquele lugar. Com certa dificuldade, consegue se desvencilhar das correntes que o prendiam e vai ao encontro do mundo lá fora, a realidade. De início, a claridade incomoda os seus olhos e ele nada vê. Pouco a pouco, porém vai se acostumando e passa a enxergar. Vê um mundo diferente, muito além de meras sombras. Fica fascinado com o que vê e retorna à caverna para falar aos companheiros. Ao contar aos demais a beleza do mundo lá fora, seus amigos não acreditam.




Apesar de ser apenas uma obra ficcional, a alegoria poderia se ajustar ao mundo atual. Quantas vezes encontramos pessoas que não querem encarar a realidade, vê-la com seus próprios olhos? Muitas preferem ficar fechadas em seu mundo, sem se libertar das "amarras" e das "correntes". E, quando são confrontadas por outros sobre a verdade, não querem admiti-la. Querem continuar a viver da mesma forma, sem "enxergar".

Infelizmente, em nossa sociedade, temos muitos "prisioneiros da caverna". São pessoas teimosas que só veem um lado da coisa: o seu. E, quando têm a oportunidade de conhecer novos ares, novas opiniões, não a fazem. Preferem morrer com o que acreditam, com suas ideologias. Acabam não compreendendo a importância da diversidade, de ver todos os lados de uma questão.



Os "prisioneiros da caverna" estão por toda a parte: nas ruas, nas escolas, no trabalho. Muitos desses são antiquados, parados no tempo. Atacam os de opinião contrária ferozmente, porque não sabem lidar com isso. Por exemplo, nem sempre se pode escrever ou mesmo falar o que se pensa. Apesar de termos liberdade de expressão, basta uma opinião diferente sobre algum assunto polêmico para sermos bombardeados pelas críticas.

Fica, então, um apelo para os "prisioneiros da  caverna": libertem-se das correntes e passem a enxergar, verdadeiramente, o mundo.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto, Maria Clara.
    Se as pessoas estivesses dipostas a pensar com suas próprias cabeças e a ouvir o que o outro tem a dizer todo mundo sairia ganhando.
    Somos todos peças de um mesmo quebra cabeça.

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  2. Parabéns pelo texto! Isso é verdade sim, os "prisioneiros da caverna" habitam nosso dia-a-dia nos mais diferentes locais, inclusive na faculdade, um ambiente normalmente "culto" e "intelectual". Parabéns pelo seu blog, está muito bom e só tende a melhorar! Tenho certeza que dará certo! Beijos

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