segunda-feira, 26 de julho de 2021

Crônica sobre uma fada brasileira


Todas as crianças crescem - menos uma. E bem cedo elas ficam sabendo que vão crescer.

Mas enquanto isso, algumas apenas sonham. E se divertem.

Rayssa Leal já tinha conquistado o Brasil e a internet antes mesmo do skate estrear nas Olimpíadas.

Mas para chegar chegar lá, às vezes precisa-se de alguma ajuda.

Tem gente que usa o pó de pirlimpimim.

"Pense em uma coisa tão boa que em um instante você voa."

Rayssa Leal acreditou que era possível e sonhou. Ou melhor, voou. De Imperatriz do Maranhão para Tóquio. Já era fadinha quando bateu as asas.

Aos 13 anos, ela parecia estar em um parque de diversões. Ou a Terra do Nunca. 

Nunca o Brasil teve uma medalhista tão jovem.

Nunca, nunca, nunca...

Quando se é fada, tudo é possível. E a história termina sempre com um final feliz. 

Rayssa Leal, medalha de prata no skate street.

A fadinha que voou. Voou nas manobras, se transportou até a casa de milhares de brasileiros acordados até de madrugada. 

Tudo por conta de uma criança. Alegre, inocente e de coração leve.

Imagem: Bem Curtis/AP